25 de junho de 2012

Canção da despedida.



Não há muito o que dizer aqui sobre as coincidências.

Era o seu aniversário, eu não sabia. Escrevi ao seu nome palavras, pequenas gotas de dias tão bons.
Era manhã , fazia sol e eu sentia saudades. O conflito de vontades entre mim e a concreta realidade, os meus anseios e os mimos do destino batendo boca, estabeleciam aqui a consciência de que tal retórica é circular, e que no meio há um vão de infinitos mistérios. Quais são as vontades que sustentam o mundo? por quais verdades o próximo passo se dá? É absurdo sentir saudade em vias do impossível; assim, dou outro nome ao sentido da falta; chamo lacuna, ausência, olho a cadeira sozinha na mesa posta para todos nós e concluo, quem nunca mais voltará, em verdade, não se foi jamais.


12/06/2012

Canção da despedida.
(Para Paulinho Cri-cri)

Quem me dera eu fosse um rei
Na terra à vera sem lei
Quem dera o rio fosse
Véu, cortejo aos céus
Berço da nau, a minha terra natal.

No reino, ensejo em comunhão
Não há polícia nem ladrão
Existindo apenas som
Resistirá o dever do dom

São moças leves a trançar
Teias de asfalto que levam ao mar
Em casa tudo nascerá
Em descanso, a dança
Acalentará.

Na chama dos sambas
De minas gerais
Aportamos mansos
Somos deuses sem corpo
Astronautas sem rumo
Que nunca dizem adeus.

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