Vão que é vão é
pão de memória.
pão de memória.
Abria as pernas, girava. Olhando ao redor de você. Andando, curvava as vértebras, dobrava o pescoço para cada vão em você. E nessa coisa de quem nasceu dançando tango, não são poucos os vãos.
Você tocava a Tigresa, e eu, cheia dos frenetic Dancin’ days, feliz com uns, com outros, mulher, torcia a cara e vomitava aos seus pés.
- Porra, Lúcia! – Minuto mais e você se entregava ao silêncio constrangido da indelicadeza que é zangar-se com mademoiselle bêbada. Minuto mais e abraçava o violão, que nessa coisa de monge sem mosteiro, eu poderia me levantar, limpar a boca e andar até a entrada daquela sala, até o corredor, até três passos mais para trás. Você lá dentro, no centro da roda, emoldurado pelas varetas da porta, acima escrito, Como é bom poder tocar um instrumento.
Eu te implodi na minha história. Os fatos são congênitos, concordo, mas os sintomas, controláveis. - Perfeitamente controláveis, cara.
-Tira esse cigarro daqui, por favor?
Sempre odiei a sua saliva, a sua felicidade nicotinada. A independência instantânea e blasé. Um fósforo, o cilindro de papel. O Tibum no macroespaço virtual e tudo pronto: o seu limite é a fumaça.
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