3 de junho de 2013

Trago no rosto a sombra do outro
A lembrança do corte
Entre a luz e a razão

São lembranças gravadas
Por minhas vontades
No fluxo errante
De um coração

Trago no peito outro peito
Tão pobre de si
À procura de um leito

Onde saiba-se enfim
Quando acaba o começo
Se no olho do outro
Ou se dentro de mim.

Trago a busca no passo
da dança perfeita
na curva do cume
de um corpo sem fim

É um ser não se sendo
A visão rarefeita
A um meio caminho
Entre o não e o sim.

É a vela apagada
A visão sempre acesa
O balé torto e lento
Valsando os segredos
Da escuridão

Trago pistas na pele
Que me levam ao desejo
Para o próximo beijo
No céu de um portão.

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