Trago no rosto a sombra do outro
A lembrança do corte
Entre a luz e a razão
São lembranças gravadas
Por minhas vontades
No fluxo errante
De um coração
Trago no peito outro peito
Tão pobre de si
À procura de um leito
Onde saiba-se enfim
Quando acaba o começo
Se no olho do outro
Ou se dentro de mim.
Trago a busca no passo
da dança perfeita
na curva do cume
de um corpo sem fim
É um ser não se sendo
A visão rarefeita
A um meio caminho
Entre o não e o sim.
É a vela apagada
A visão sempre acesa
O balé torto e lento
Valsando os segredos
Da escuridão
Trago pistas na pele
Que me levam ao desejo
Para o próximo beijo
No céu de um portão.
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